Companhias aéreas retomam operações após apagão cibernético
Falha em software de segurança causa atrasos e cancelamentos de voos, impactando milhares de passageiros ao redor do mundo
Após um início de dia marcado por um caos global nos sistemas de tecnologia, companhias aéreas começaram a retomar lentamente suas operações. A United Airlines e a Delta Air Lines informaram que reiniciaram alguns voos após a interrupção completa de suas operações, embora atrasos e cancelamentos continuem a afetar milhares de passageiros ao redor do mundo.
A falha generalizada nos sistemas, atribuída a um problema técnico na ferramenta de segurança Falcon da CrowdStrike, impactou profundamente a indústria da aviação. Aeroportos, sistemas bancários, pagamentos por cartão de crédito, linhas de emergência e canais de televisão foram alguns dos serviços mais afetados.
A United Airlines declarou que parte de suas operações foram retomadas após a paralisação total, enquanto a Delta Air Lines emitiu uma isenção de viagem para ajudar os passageiros a reorganizar seus planos. Outras companhias aéreas, incluindo American Airlines e Spirit Airlines, também enfrentaram dificuldades, conforme relatado pela Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA).
A manhã foi caótica devido à interrupção no sistema de TI, que dificultou a comunicação entre aeronaves e equipes de controle em solo. A Cirium, fornecedora de dados de aviação, indicou que o Reino Unido estava se preparando para o maior número de partidas diárias desde outubro de 2019, intensificando ainda mais o impacto do apagão.
Segundo o FlightAware, mais de 21.000 voos foram atrasados globalmente, e a Cirium informou que os cancelamentos nos EUA representaram cerca de 4,2% de todos os voos programados. Aeroportos em Berlim, Amsterdã e Delhi foram particularmente afetados, com passageiros presos em meio ao pico da temporada de viagens de verão.
Embora a reinicialização dos sistemas esteja em andamento, a normalização completa dos serviços pode levar vários dias devido ao deslocamento de aeronaves e tripulações. Voos de longa distância cancelados terão efeitos em cadeia, prolongando o impacto do apagão.
Eventos como este são raros na indústria da aviação, mas a magnitude da falha destaca a fragilidade das infraestruturas de TI. Em janeiro de 2023, a FAA enfrentou um problema semelhante, quando um arquivo danificado interrompeu brevemente os voos nos EUA.
A interrupção desta sexta-feira variou em impacto entre as companhias aéreas. Algumas enfrentaram dificuldades de comunicação com os centros de operações de rede, enquanto outras tiveram problemas com sistemas de reserva e check-in online, forçando o uso de métodos manuais e causando longas filas nos aeroportos.
Em Amsterdã, a KLM suspendeu a maioria das operações devido à impossibilidade de gerenciar voos. Na Índia, a SpiceJet e a IndiGo enfrentaram problemas técnicos que afetaram reservas e check-in. Em Delhi, passageiros relataram longas esperas nos balcões de check-in e bagagem.
Na Europa, Berlim, Londres Stansted e Amsterdã foram os aeroportos mais afetados. A Norwegian Air Shuttle ASA desviou um voo de Berlim para Oslo devido à paralisação. O aeroporto de Gatwick também relatou problemas em seus sistemas de TI.
Algumas companhias aéreas recuperaram rapidamente seus sistemas. A Iberia da IAG SA voltou ao normal após realizar check-ins manualmente. Em Paris, os aeroportos Charles de Gaulle e Orly não foram diretamente afetados, embora a desaceleração global tenha causado atrasos e suspensões temporárias em algumas companhias aéreas.
No aeroporto de Heathrow, o mais movimentado da Europa, os voos estão operacionais, indicando uma recuperação gradual, embora lenta, das operações aéreas globais.
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