Eleições na Venezuela: CNE declara Maduro vencedor, oposição questiona resultado
Caracas vê protestos nas ruas após anúncio; opositores afirmam não ter tido acesso aos dados da apuração.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou a reeleição do presidente Nicolás Maduro, garantindo-lhe mais seis anos de mandato. A declaração foi feita na tarde de segunda-feira, 29, por Elvis Amoroso, presidente do CNE, que divulgou apenas os dados gerais da votação: 51% dos votos para Maduro e 44% para Edmundo Gonzalez, o principal candidato da oposição. Não foram apresentadas as atas de votação por seção, o que gerou críticas e questionamentos.
"Uma vez mais ficou demonstrado que a soberania está no povo. Em 28 de julho, se expressou a vontade absoluta de eleger Nicolás Maduro Moros como presidente para o período 2025-2031", afirmou Amoroso durante o anúncio.
Protestos e Questionamentos da Oposição
Simultaneamente ao anúncio dos resultados, ocorreram protestos em Caracas, onde manifestantes bloquearam estradas e avenidas, queimando pneus. A oposição, liderada por figuras como Maria Corina Machado, alegou não ter tido acesso aos dados detalhados da apuração, incluindo as atas de votação de cada seção eleitoral. Machado afirmou que, com base em cerca de 40% das atas obtidas, Edmundo Gonzalez teria recebido 70% dos votos.
A divulgação dos resultados preliminares, apontando a vitória de Maduro, foi recebida com ceticismo por vários países e entidades internacionais, que pediram transparência no processo eleitoral. Entre os países que questionaram o resultado estão o Brasil, os Estados Unidos, a União Europeia, Argentina e Chile.
Na manhã de segunda-feira, o Itamaraty emitiu uma nota afirmando que está acompanhando o processo eleitoral venezuelano com atenção e espera a divulgação dos resultados detalhados. Com isso, o Brasil pressiona o governo de Maduro, exigindo transparência e os dados completos da votação, algo que o governo venezuelano ainda não se comprometeu a divulgar.
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